1º ano. Texto 1.
A responsabilidade social dos cientistas
A responsabilidade social dos cientistas
SANTOS, F. S.;
AGUILAR, J.B.V.; OLIVEIRA, M.M.A. (org). A
responsabilidade social dos cientistas. In: Biologia: ensino médio, 1º ano,
coleção ser protagonista. 1. ed. São Paulo: Edições SM, 2010. p.25.
A história social da ciência testemunha a contribuição do
desenvolvimento científico para o progresso e bem-estar da humanidade. Inúmeras
descobertas conduziram a importantes avanços tecnológicos. Paradoxalmente, em
alguns momentos da história universal recente, o uso do conhecimento científico
e tecnológico foi responsável por grandes desastres e tragédias para a
humanidade, entre os quais se destaca o lançamento de bombas atômicas em
Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Para o sociólogo Sérgio Adorno, coordenador da Cátedra
Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, há
várias questões a considerar sobre as conseqüências sociais do desenvolvimento
científico e tecnológico: a aplicaçao da ciência para fins militares; o impacto
do avanço tecnocientífico no meio ambiente; a distribuição dos benefícios
resultantes do progresso tecnocientífico; e a difusão da ciência como problema
da educação para a paz, direitos humanos e tolerância.
[...]
O século 20 assistiu a um crescimento da violência em
escala jamais vista anteriormente, com duas guerras mundiais na primeira metada
do século e uma Guerra Fria na segunda metade com conflitos localizados, mas
nem por isso menos violentos. Adorno lembra que a produção de armas químicas e
biológicas, bem como de artefatos nucleares para fins bélicos, têm ocupado
permanentemente parcela considerável da comunidade científica internacional:
"A idéia positivista de que o desenvolvimento científico e tecnológico
atua sempre no sentido de uma solução benéfica para a humanidade tem sido
contestada pelos fatos".
Novos problemas vêm aflorando graças
ao grande avanço nas ciências biológicas nas últimas décadas. As mesmas
técnicas destinadas a promover a cura e a prevenção de enfermidades e a produção
abundante de alimentos poderiam ser utilizadas para grandes prejuízos à
humanidade. Adorno considera que as discussões bioéticas concentram-se,
sobretudo nas áreas de organismos geneticamente modificados (OGM), da
biossegurança (com problemática do bioterrorismo e enfermidades emergentes,
como a gripe aviária) e no uso de células-tronco embrionárias para fins
terapêuticos.
Disponível em: <
http://www.iea.usp.br/iea/cienciaesociedade.html >
Acesso em: 3 de outubro de 2008.
Adaptado por: Thiago Alex Dreveck