quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

1º ano. Texto 1.
A responsabilidade social dos cientistas

SANTOS, F. S.; AGUILAR, J.B.V.; OLIVEIRA, M.M.A. (org). A responsabilidade social dos cientistas. In: Biologia: ensino médio, 1º ano, coleção ser protagonista. 1. ed. São Paulo: Edições SM, 2010. p.25.

   A história social da ciência testemunha a contribuição do desenvolvimento científico para o progresso e bem-estar da humanidade. Inúmeras descobertas conduziram a importantes avanços tecnológicos. Paradoxalmente, em alguns momentos da história universal recente, o uso do conhecimento científico e tecnológico foi responsável por grandes desastres e tragédias para a humanidade, entre os quais se destaca o lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em 1945.
  Para o sociólogo Sérgio Adorno, coordenador da Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, há várias questões a considerar sobre as conseqüências sociais do desenvolvimento científico e tecnológico: a aplicaçao da ciência para fins militares; o impacto do avanço tecnocientífico no meio ambiente; a distribuição dos benefícios resultantes do progresso tecnocientífico; e a difusão da ciência como problema da educação para a paz, direitos humanos e tolerância.
             [...]
    O século 20 assistiu a um crescimento da violência em escala jamais vista anteriormente, com duas guerras mundiais na primeira metada do século e uma Guerra Fria na segunda metade com conflitos localizados, mas nem por isso menos violentos. Adorno lembra que a produção de armas químicas e biológicas, bem como de artefatos nucleares para fins bélicos, têm ocupado permanentemente parcela considerável da comunidade científica internacional: "A idéia positivista de que o desenvolvimento científico e tecnológico atua sempre no sentido de uma solução benéfica para a humanidade tem sido contestada pelos fatos".
    Novos problemas vêm aflorando graças ao grande avanço nas ciências biológicas nas últimas décadas. As mesmas técnicas destinadas a promover a cura e a prevenção de enfermidades e a produção abundante de alimentos poderiam ser utilizadas para grandes prejuízos à humanidade. Adorno considera que as discussões bioéticas concentram-se, sobretudo nas áreas de organismos geneticamente modificados (OGM), da biossegurança (com problemática do bioterrorismo e enfermidades emergentes, como a gripe aviária) e no uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos.

                Disponível em: < http://www.iea.usp.br/iea/cienciaesociedade.html >
                Acesso em: 3 de outubro de 2008.
                                                                                                              Adaptado por: Thiago Alex Dreveck